CNA promove painéis do Campo Futuro no Acre, Bahia e Minas Gerais
Técnicos levantaram custos de produção de pecuária de corte, café e cana-de-açúcar
Brasília (06/06/2025) – O projeto Campo Futuro da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) levantou, nesta semana, os custos de produção de pecuária de corte, café e cana-de-açúcar nos estados do Acre, Bahia e Minas Gerais.
O objetivo da iniciativa é aliar a capacitação do produtor à geração de informações estratégicas do setor rural, contribuindo para as tomadas de decisão no campo. Os encontros contam com a participação de produtores, técnicos, instituições de pesquisa, especialistas, federações estaduais e sindicatos.
Pecuária de corte – Os painéis de pecuária de corte ocorreram no Acre. Em Cruzeiro do Sul, os produtores apontaram uma propriedade modal com sistema de ciclo completo (cria, recria e engorda), 175 hectares de pastagem e rebanho de 100 vacas.
Segundo o assessor técnico da CNA Rafael Lima Filho, o Custo Operacional Efetivo (COE) totalizou R$ 171,03 por arroba vendida. Os itens de maior peso foram a mão de obra contratada e diaristas (45,1%) e suplementação mineral (12,9%).
Em Sena Madureira, o sistema de produção é de cria de bezerros a pasto com suplementação mineral. A propriedade modal possui área de pastagem de aproximadamente 200 hectares e conta com um rebanho de 250 matrizes e desmama anual de 150 bezerros.
O desembolso direto do produtor ficou em R$ 65,00 por arroba vendida, tendo a suplementação mineral e a reposição do rebanho como os itens de maior desembolso, 31,4% e 15,9%, respectivamente.
Já em Rio Branco, a propriedade é de cria, com rebanho de 200 matrizes e produção de 120 bezerros desmamados em uma área de 160 hectares. Parte das bezerras fica retida na propriedade para serem matrizes. A suplementação mineral representou 29,3% do COE, seguido por combustível (18,9%) e mão de obra (14,3%).
Por fim, o em Xapuri apontou uma propriedade de cria de bezerros, com 200 hectares de área de pastagem, média de 156 vacas (matrizes) e 113 bezerros desmamados por ano. Parte das bezerras fica retida na propriedade para reposição das matrizes. O COE ficou em R$ 96,70/@ produzida e R$107,16/@ vendida.
Café – A CNA levantou os custos de produção do café arábica na região da Chapada Diamantina, importante polo da cafeicultura baiana. No município de Ibicoara, a propriedade modal definida possui 3 hectares de área produtiva, conduzida em sistema de sequeiro e manejo semimecanizado.
A assessora técnica Raquel Miranda acompanhou os painéis e informou que os tratos culturais são realizados majoritariamente com mão de obra familiar, com contratação eventual durante o período da colheita. Entre os componentes do COE, se destacam os gastos com mão de obra (55%), fertilizantes e defensivos (21%), mecanização (2%) e despesas gerais (22%).
Já em Piatã, os dados levantados apontaram um aumento de 8% no COE do café arábica convencional em relação ao ano anterior, impulsionado principalmente pela elevação dos custos com mão de obra, que responderam por 64% dos desembolsos. Esse item apresentou aumento de 34% em comparação com 2024. Por outro lado, houve redução nos custos com defensivos (-62%), corretivos (-26%) e fertilizantes (-21%).
A produtividade média estimada para o modelo produtivo analisado foi de 20 sacas por hectare, representando uma leve melhora frente à safra anterior.
Cana – Os encontros do projeto Campo Futuro para levantamento de custos de cana-de-açúcar foram realizados em Minas Gerais. Em Campo Florido, foi definida uma propriedade modal de 1 mil hectares e expectativa de produtividade de cerca de 90 toneladas por hectare para a safra 2025/2026.
A assessora técnica Eduarda Lee informou que foi observado na região um crescimento do plantio mecanizado em relação a 2023, quando foi realizado o último levantamento. “Para aos atuais resultados, houve redução das margens e rentabilidade para o produtor, considerando a atual conjuntura da atividade”, disse.
Já em Frutal, os produtores e técnicos estabeleceram uma propriedade modal de 500 hectares e produtividade estimada de 80 toneladas por hectare. Na região, 50% do plantio é realizado de forma manual e os outros 50% com mecanização.
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